sábado, dezembro 24, 2005

Véi Babão

Pois é. Enquanto estou batendo a testa no teclado tentando criar um template novo com um programinha filho da puta que nem Bill Gates consegue manipular, vou lembrando da night de quinta.

Eu tinha jurado que não ia mais ao Bola Preta. Claro, tinha jurado que nunca mais iria, se ninguém me chamasse. Como me chamaram, eu fui. Logo na portaria, entro no elevador, junto com mais umas 890 pessoas. Veio um velho fidumaégua na porta do elevador e fez "psiu", bem alto. Não sei porque, senti que era comigo, mas fingi surdez repentina, e fiquei de costas me olhando pro espelho. Ele fez "psiu" de novo, atrapalhando a entrada de mais umas 200 pessoas. E ficou lá, parado, fazendo "psiu". Aí virou pro meu amigo e perguntou se ele estava comigo. Meu amigo, que é mais fidumaégua ainda, disse que não. Aí o velho: "ei, moça!". Virei. "Me responda uma coisa. Por que Deus lhe concedeu tamanha beleza?". Até aí, poderia ser um belo dum galanteio se logo em seguida ele não tivesse emendado que era militar aposentado (!), divorciado (!!) e flamenguista (!!!).

Só faltou dizer também que tinha uma casa de praia em Jaconé, pra tentar me fisgar de vez.

E enquanto o ascensorista, coitado, tentava fechar a porta da porra do elevador, o velho continuava lá, me fazendo a corte, enquanto o resto das pessoas rachava a beiça rindo da minha cara e eu murmurava, em respeito ao remanscente do Paleolítico: "desculpe, mas o senhor está um pouco acima da faixa etária permitida".

Ele não ouviu, claro. Devia ser surdo, o véio babão.

Foto dos fundadores do Bola Preta, em 1933 (em destaque, o velho, meninão, quando a coluna ainda o deixava fazer umas presepadas)

2 Comments:

Blogger Cristina Boeckel said...

Odeio estes velhos tarados que não têm espelho em casa. É isso.

10:26 PM, dezembro 26, 2005  
Anonymous Anônimo said...

Eu definitivamente preciso começar a sair com vc! Saudades! Beijinhos!

3:13 AM, dezembro 29, 2005  

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