O Maior e Melhor São João do Mundo
Então, aí que eu estou agorinha na rodoviária de Caruaru, cidade onde acontece o Maior e Melhor São João do Mundo.
Faltam 5 minutos para o meu crédito acabar, e, como toda boa repórter, vou primar pela objetividade.
Em 1 dia e 1 noite eu fui cantada por um mendigo, um velho barrigudo bebum e o garçom da barraca de mugunzá, dormi sozinha num motel, andei de mototáxi (com as bolsas tudo voando no meio da rua pq tem jogo do Brasil e a cidade tá parada), andei de lotada (que seria uma van, mas aqui é uma caminhonete velha, pq não tem ônibus), bati papo com o líder de um trio pé-de-serra (ficamos grandes amigos, e assim que o Trio Quentão gravar um cd, ele vai me mandar), comi uns 15 espetinhos de queijo coalho, fui em uma benzedeira (que disse que o mau-olhado aqui tá brabo), acordei 4h da manhã pra comprar horrores na feira da Sulanca (uma feira de roupas, na qual vc compra blusinhas a módicos 3 reais, calcinhas por 1 real e jaquetas jeans por 10), também dei um pulo na feira de artesanato (comprei um milhão de bonequinhas da sorte, pra tirar o olho-gordo), liguei pra mamãe 5 horas da manhã , comprei bolsa de palha, comprei esculturinhas do mestre vitalino, conversei a esposa do sobrinho do J.Borges, o melhor autor de cordel e gravurista que este sertão já viu, peguei sol, peguei chuva, peguei vento, passei frio, ouvi 326 mil vezes o sucesso do momento, "Lapada na Rachada", dos Aviões do Forró, passei mal de azia com o pé de moleque (que aqui é de castanha e leva mandioca), comprei uma saia indiana feita em Capibaribe, fui no museu do Rei do Baião Luiz Gonzaga e tb comprei uma camiseta escrito "Oxente, Que Stress!".
Só não dancei forró.
E nem comi carne de bode.
Como não gosto de deixar pendências para trás, ano que vem eu volto de novo.