sexta-feira, dezembro 30, 2005

Rituais de final de ano

Você imagina que o ano novo talvez não seja tão bom quando, depois de uma semana com consulta marcada para um jogo de búzios, você entra na salinha, olha pra cima da mesa da "mãe de santo" e vê um baralho.

- Ué, mas não é búzios?
- Não, minha filha. Hoje é tarot. Búzios é só quarta e sexta.


Nesse momento, você até sente que houve uma quebra na energia vibratória, mas segue em frente, não sem antes perguntar:

- Então, tem desconto?

Camarão que dorme, perde o rabo

Praia dia de semana, eu sempre digo, só dá vagabundo. Por isso que eu vou sempre. E quando a praia está meio vazia, aquela coisa meio marolenta, é que dá pra ver as melhores cenas.

Já vi uma galinha, com seus doze pintinhos, ciscando debaixo de um sol de 48 graus. Já vi um mendigo que tinha dois poodles, cujos pêlos nunca haviam sido aparados, parecendo duas miniaturas do primo IT da Família Adams. Dois panos de chão ululantes. Óbvio que não passei nem perto dos sulcos que eles deixaram pela areia.

Outro dia, vi um vendedor de óculos se declarar pra vendedora de cangas. Esse momento foi especial. Só ofuscado pelo vendedor de camarão, sentado na mesa logo na nossa frente, arrancando e comendo todos os rabinhos dos camarões que ele AINDA IA VENDER. Era a hora do almoço. Imagino que ele fosse fazer uma promoção, na hora de vender os espetinhos. Sem o rabinho saía mais barato.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Cretinices

Quer coisa mais cretina do que colocar nome bizarro em filho?

Outro dia, fiquei conversando horas com a secretária do meu médico. O nome dela era Roberta Cláudia, ou algo assim. Culpa do pai, surtado, que, apesar de todas as recomendações da esposa para colocar um determinado nome na filha, quando chegou ao cartório, esqueceu. Perguntou pra uma moça e para o tabelião qual era o nome deles, e concretizou a homenagem. Demorou dois dias pra contar pra mulher que o nome da bebê não era Maria Clara.

E assim fez com mais os 3 filhos que se seguiram: Renata Cristina, Valéria Jaqueline e Paulo Lêdo.

Mas nada comparável ao caso de um taxista amigo meu, cuja mãe foi tão bem tratada na maternidade que colocou o nome do rebento de Pró-Matre.

(Esse post foi em homenagem ao ótimo da minha amiga Cris: http://www.vidacretina.blogspot.com/%20texto)

P.S.: Minha avó jura que é verdade. O nome do menino: "Produamordemariméli" (= Produto do Amor de Mario e Amélia). O menino estudava no Júlia Cortinez, ali, perto do Campo de São Bento. Isso foi no tempo da polca, mas podem ir procurar nos registros.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Amo Muito Tudo isso

Para quem gosta de boas notícias de ano novo, e para quem ainda acredita, o ator Guilherme Fontes foi chamado a devolver R$ 30 milhões ao Estado no prazo de 30 dias, referentes ao uso de dinheiro público no longa "Chatô", que ele começou a filmar em 1999 e nunca concluiu. A alternativa é apresentar o filme pronto. Mas acho que ele tá fudido mesmo.


O orçamento do filme, de R$ 12 milhões, foi aprovado pelo MinC (Ministério da Cultura) em 1996. Com a autorização do ministério, Fontes reuniu cerca de R$ 8,5 milhões por meio das leis de renúncia fiscal (*parte da Coca-Cola, parte da Grobo e do Credicard, segundo fontes secretas minhas). A Ancine diz que o cálculo de R$ 30 milhões corrige e atualiza o valor captado (*deviam cobrar 60 milhões, só pelo estresse). Se o diretor não devolver o dinheiro nem entregar o filme em 30 dias (*vai ter que dar muito o cu pro Wolf Maya pra arrecadar a grana), a agência pedirá ao TCU (Tribunal de Contas da União) que execute a cobrança

Agora, feio, gordo e careca, quero ver como ele escapa. Só mandando matar mesmo.

Saldão de Natal

Como a economia não anda lá essas coisas, e houve uma grande queda nas atividades do comércio, eu deveria ficar feliz por não ter perdido nenhum órgão durante este natal. O saldo só não foi negativo porque eu não dei presente pra ninguém. Contabilizando tudo, no total, eu ganhei:

1) Um sutiã cor de vinho, de renda, que minha mãe topou pagar (eu comprei na Leader Extra por 14 reais, e disse que custou 54,90). E ainda ouvi uma brincadeirinha durante a entrega dos presentes: "Dando um sutiã desses pra sua filha? Depois não reclama se ela aparecer grávida".

2) Da minha avó, só ganhei esporro.

3) Ao meu padrinho, pedi uma agenda. E qual não foi minha surpresa ao ganhar uma camisetinha preta tamanho PP (diga-se de passagem, de PP, em mim, só o tamanho do meu dente de leite, que já caiu). Achei que fosse sinalização indireta para uma nova dienta em 2006. No fim das contas, ele havia trocado o embrulho (fofa minha vó, tentando me consolar, dizendo que a blusinha 'esticava').

Na ceia, comi pouco, só de olho no pudim de coco. Não ligo pra pudim, muito menos pra coco, mas a conjunção astral dos dois é algo inimaginável. "Mãe, corta aí um pedaço". Minha mãe pegou um pires, um PIRES (!!), e colocou meia unha de pudim. MEIA UNHA. Olhei para aquela oferenda, olhei pra ela, fingindo santidade, olhei de novo para o pudim. Resignada, fui pegar uma colherzinha de café para degustar a iguaria. Insinuei, humildemente, que gostaria de um bis. Ela pegou o mesmo pires, e, dessa vez, cortou a medida exata de um quarto de unha do dedo mindinho. "Pôrra, mãe? Tá de sacanagem??? Isso é pra mim ou você vai botar ali em cima da prateleira, debaixo da imagem de São Cosme e Damião???"

Sinto que há um complô entre minha mãe e meu padrinho.

sábado, dezembro 24, 2005

Vou pedir ao Papai Noel um template novo de presente.

Será que eu ganho?

Véi Babão

Pois é. Enquanto estou batendo a testa no teclado tentando criar um template novo com um programinha filho da puta que nem Bill Gates consegue manipular, vou lembrando da night de quinta.

Eu tinha jurado que não ia mais ao Bola Preta. Claro, tinha jurado que nunca mais iria, se ninguém me chamasse. Como me chamaram, eu fui. Logo na portaria, entro no elevador, junto com mais umas 890 pessoas. Veio um velho fidumaégua na porta do elevador e fez "psiu", bem alto. Não sei porque, senti que era comigo, mas fingi surdez repentina, e fiquei de costas me olhando pro espelho. Ele fez "psiu" de novo, atrapalhando a entrada de mais umas 200 pessoas. E ficou lá, parado, fazendo "psiu". Aí virou pro meu amigo e perguntou se ele estava comigo. Meu amigo, que é mais fidumaégua ainda, disse que não. Aí o velho: "ei, moça!". Virei. "Me responda uma coisa. Por que Deus lhe concedeu tamanha beleza?". Até aí, poderia ser um belo dum galanteio se logo em seguida ele não tivesse emendado que era militar aposentado (!), divorciado (!!) e flamenguista (!!!).

Só faltou dizer também que tinha uma casa de praia em Jaconé, pra tentar me fisgar de vez.

E enquanto o ascensorista, coitado, tentava fechar a porta da porra do elevador, o velho continuava lá, me fazendo a corte, enquanto o resto das pessoas rachava a beiça rindo da minha cara e eu murmurava, em respeito ao remanscente do Paleolítico: "desculpe, mas o senhor está um pouco acima da faixa etária permitida".

Ele não ouviu, claro. Devia ser surdo, o véio babão.

Foto dos fundadores do Bola Preta, em 1933 (em destaque, o velho, meninão, quando a coluna ainda o deixava fazer umas presepadas)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

O Weblogger é um cu

Não mudei por vontade, mas porque fui obrigada.
Há algum tempo, me avisaram que o blog andava inoperante, mas eu deixei pra lá. Por cautela, copiei (e imprimi) no meu antigo local de trabalho (que eu amava muito e do qual eu fui chutada) todos os arquivos antigos. Depois, me alertaram para a dificuldade ao se escrever comentários, mas eu deixei pra lá. Sentia dificuldade para postar fotos, mas mesmo assim, insistia, e acabei deixando pra lá.
De fato, desde que voltei de viagem, o weblogger tem se mostrado arredio ao meu acesso. Arisco feito cavalo chucro. Até o dia em que entrei naquela merda, e apareceu o aviso de que minha senha e e-mail estavam inválidos. Vi que alguns amigos "blogueiros" (termo mais nerd que já usei em toda minha existência) também saí­ram fora da porra do weblogger.
Mesmo assim, deixei pra lá.
E ia deixando mais pra lá ainda, até que a necessidade de desabafar sobre as bizarrices que têm se sucedido de maneira espantosa perante minhas estupefactas vistas fez-se urgente. E retorno, pois, à experiência enriquecedora de narrar essas bobagens neste pequeno e humilde tablóide virtual (visto que, quando eu conto ao vivo, ninguém acredita).
E agora estou aqui, nesta nova casa, cheia de guéri-guéri, metida a besta, com este template insosso, sem personalidade nem caráter, na esperança de que alguém se ofereça para criar um template novo pra mim, amigavelmente, sem nenhum custo adicional.